quarta-feira, 17 de julho de 2013

Folha de amora






Os olhos eram de uma cor verde, como a folha de amora, mas ainda novinha.
Sabe como é? como a folha da cana de açúcar, mas ainda pequenina, brotando.
Nunca vi um verde como aquele, em um olhar...eu nunca mais vi.

O cabelo tinha a cor da folha no outono, já queimada pelo sol.
A mesma folha da amora, mas já esturricada, querendo cair pro chão...
Aquela cor da folha da cana de açucar, mas depois de queimada, avermelhada.

A pele, veja só que interessante, era clara, mas pintadinha.
Já viu uma folha de laranjeira quando se cobre de ferrugem?
Então, assim eram as suas sardas, esparramadas pelo rosto, ombros, colo.

E do sorriso, o que digo? ah! era lindo e aberto, seguido de um rubor,
uma timidez mal contida, uma lágrima como que para refrescar a face.
Um sorriso puro, sem malicia, de moça simples sabendo que era bonita.

E depois desse sorriso, com o rosto brilhando alegria
os olhos eram dois lagos, mais verdes agora lavados
mais explêndidos agora felizes...

Foi assim que ele conheceu aquela moça bonita
E nesses lagos doces mergulhou, e amou...
E foi assim que se fizeram mãe e pai dessa mulher que hoje sobre ela lhes falou...


Uma simples homenagem à Dona Alzira.