terça-feira, 31 de agosto de 2010

mal comparando


Tem algo estranho no ar. Corrigindo, tem algo estranho no "meu ar". Hoje, assistindo ao Bom dia Brasil, vi Myriam Leitão fazendo uma comovente despedida do Jornal do Brasil. Esse jornal passa a ser lido, de agora em diante, apenas na internet. A edição de papel não sairá mais, ontem foi a última.Nunca tive ligação alguma com o JB, nem ao menos lia esse informativo, editado na cidade do Rio de Janeiro. Mas sabia de sua existência e importância, principalmente nos anos difíceis da ditadura, da censura implacável.Agora, precisava me emocionar junto com ela?
Pois é, eu fiz isso. Seria um sinal de desequilibrio ou de conectividade? Eu explico:é muito triste um jornal importante como esse sucumbir à modernidade da informática. Ele continuará sendo visto e lido por muita gente, mas deixará de ser papel.Não consigo deixar de comparar esse fato com os que acontecem em nossas vidas. São muitas historias, muitas fotos alegres, um sem fim de comentários, medos, preocupações e alegrias.
Em um determinado momento você deixa de ser papel. Quem quer te ver, sentir, fazer contato, tem que se conectar. Tem que lembrar e sentir saudade.É isso, a senha é "saudade".
Será que me fiz entender? que bom, agora vou lavar a louça do almoço. beijo
Imagem: Google

sábado, 28 de agosto de 2010



interessante, recebi hoje um anexo, que um amigo me enviou por e-mail, falando sobre a ansiedade que as crianças têm de que os anos passem depressa. É verdade! lembro-me bem disso, da vontade de fazer logo dez anos, depois quinze, depois vinte.
As mulheres da minha geração, aos trinta anos já estavam casadas e com filhos. Eu já tinha três! Queridos e terriveis três filhos, que me tomavam todo o tempo e um pouco mais. Daí para diante os anos passaram como um trem bala, quase não vejo, só ouço o barulho que fazem. São natais, aniversários, batizados, páscoas, primeiras comunhões, numa algazarra total, um delirio de noites e dias felizes, preocupados, tristes, ansiosos.
Quem já viveu tudo isso deve estar me entendendo. A gente ama muito, chora muito, ri muito mais!
E quando acorda...eles já se foram, casados ou não, cuidar de suas vidas, de seus destinos. Não estou preparada ainda para escrever sobre despedidas. Talvez um dia consiga dizer alguma coisa, mas hoje prefiro falar de chegadas. E eis que eles chegam aos poucos (ainda bem!) barulhentos, desorganizados, estridentes, e terrivelmente lindos. Meus netos, são seis.
Cada um com sua personalidade. Uns mais parecidos com o pai, outros com a mãe, mas todos tão intensos e amorosos, tão  arteiros e alegres.
Enchem minha vida de esperança e transformam meus anos em aniversarios, páscoas, batizados, formaturas e festas juninas. Não é incrivel isso? uma vida que vai se renovando e ficando cada vez mais gostosa de viver.
quando se pensa que tudo está acabando, esses pequenos duendes chegam com as mãozinhas cheias de pequenas estrelas, que jogam sobre nossas cabeças,  e dão às nossas vidas um brilho especial.

Um brinde à eles: saúde!

Imagem: Arquivo pessoal

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Comer...




uma das coisas que mais me cativou no livro "comer,rezar e amar" de Liz Gilbert, foi o bom humor, as tiradas deliciosas, a facilidade com que ela fazia piadas de suas próprias dores. Identifiquei-me rapidamente com ela, porque também gosto de fazer piada onde caberia um minuto de silêncio. Obviamente não sou insana a ponto de rir onde não caberia. Mas se cabe, já estou rindo. Fica mais fácil enfrentar essa vida enlouquecida com uma certa dose de irreverência. Afinal, quando um problema grande apareçe, estou forte o bastante para encará-lo. As pessoas tristes e muito preocupadas, estão sempre frágeis, e não conseguem olhar de frente um obstáculo.
Voltando ao livro, a autora primeiro preocupa-se em alimentar-se bem, fortalecer o corpo para depois dedicar-se à alma. E é na Italia, nessa maravilha de terra, que ela busca o bem estar físico, o descanso e a boa comida. Por falar nisso, em um dos últimos capitulos de sua estadia na Italia, ela descreve uma salada que lhe é servida em um pequeno restaurante, na Sicilia. Fiquei tão maravilhada com a idéia que fiz no momento, da tal salada, que resolvi fazer aqui em casa. É realmente muito boa, e faz um bem danado nesses dias secos e cheios de poeira. Vou dar aqui a dica: laranjas descascadas e picadas em gomos, gelados. Distribua em uma travessa com algumas folhas verdes (rúcula, agrião, alface americana). Coloque por cima alguns pedaços de ricota, geladinha, e cubra com cebola bem fininha, vinagre balsâmico (ou comum) sal e azeite. Não é minha intenção ensinar saladas, mas essa é realmente especial. Conforme o assunto pedir, vou postando alguma receitinha que me dá prazer preparar e comer.
Saí completamente do assunto, em? Não faz mal, o importante é ter assunto. e apetite também!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

de manhã



preciso corrigir esse mecanismo que mostra o horário das postagens. Está errado.
ainda é muito cedo, lá fora está amanhecendo e o dia promete ser quente. Depois das noites frias que temos tido, fica agradável essa temperatura morna. Minha melhor hora do dia nunca foi o amanhecer. Costumo ficar sem sono muito cedo, e detesto rolar na cama, procurando dormir novamente. Gosto do entardecer, de saber que vou me enrolar no sofá, assistir tv, ler, descansar. Lembro-me sempre, como uma fumaça que passa devagar diante de meus olhos, de um bairro onde morei, a partir dos 09 anos, na cidade em que fui criada. Era um bairro novo, ainda com vários terrenos baldios e poucas casas. Gente humilde, boa e tranquila. Casas simples nessa minha lembrança de meus últimos anos de infância. Havia uma igreja católica, e nessa igreja um serviço de auto-falantes, onde o padre anunciava sempre os acontecimentos mais importantes, as celebrações, os falecimentos e nacimentos. E então, às 18 horas, pontualmente, ouvia-se a Ave-Maria. O som espalhava-se pelo bairro todo, lindo, convidando a população para uma pequena prece, os lábios moviam-se, as mãos em sinal da cruz...
Lembro-me disso emocionada, eram tempos dificeis, eu nem sabia que aquela música era Ave Maria de Gounod, que invadia as casas e a alma das pessoas que estavam chegando cansadas do trabalho, muitas empurrando uma bicicleta, como papai.
Será que essa paz da qual me lembro é fruto de minha pouca informação na época, de minha saudade até? Ou era melhor mesmo aquela humildade, aquela fé incontestável, a alegria pelo pouco que tínhamos?
até hoje choro ao ouvir Ave Maria de Gounod. Acredito que choro por saber que nunca mais vou ter a ingenuidade, a fé, e o prazer de andar por aquelas ruas empoeiradas de minha vida de criança.
agora vou preparar o café porque ninguém é de ferro, precisamos comer. Que seja um bom dia!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

assim fica dificil


Estou totalmente sem inspiração para escrever. Não acho que deva escrever bobagens, só para passar  tempo.
Alguns dias são mais fáceis. Vou deitar-me e tentar ler um pouco. Estou lendo A ilha sob o mar, de Isabel Allende.  Por enquanto foram apenas umas vinte e tantas páginas, mas já sei que vou gostar. A autora resgata nesse livro a historia do Haiti (esse mesmo do terremoto) no século XVI, época em que a ilha ainda era uma colonia francesa. Riquíssima em detalhes, a historia me mostra um lugar de economia estupenda, muitos escravos negros, que plantavam cana e transformavam em açúcar para alimentar a Europa e a América do Norte.
conforme for me adiantando na leitura, vou comentando por aqui. Pelo que li na entrevista da autora, em Parati, será um longo caminho do Haiti até Nova Orleans, nos EUA.
hoje realmente está dificil, quem sabe amanhâ?

hoje é um dia especial

!
hoje, dia 23 é o dia do aniversario de meu neto, Tatá. Meu primeiro neto nasceu há 9 anos atrás.
Minha vida era outra naquela época e lembrar esse dia me faz um bem danado.
Era um bebê cor de rosa, redondinho, perfeito. Lembro-me de ter entrado no berçario procurando por ele e a enfermeira indicar um bercinho, isolado, onde ele aguardava a visita do médico. Pude ficar ali, olhando aquele menininho, nu, enrolado em uma manta. É um amor instantâneo que toma conta da gente. Até então era apenas a barriga de minha nora, mas agora era uma criança linda, quietinha, ao alcançe de minha mão.
Lembro-me de voltar para o trabalho onde meu marido me esperava e abraçada a ele chorar muito e falar tudo ao mesmo tempo, contando o quanto nosso neto era querido. Já lá se foram nove anos e ele é um rapazinho encantador. Meio tímido, rosto lindo, carinhoso. Hoje é um dia feliz e nem poderia deixar de ser. Afinal de contas, Otávio faz anos! outro brinde! viva!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

eu explico...

não poderia começar meu blog sem contar porque "samambaia". Trata-se de uma homenagem, afetuosa e sincera, a um homen que foi especial e muito valioso para mim. Meu pai.
Exemplo de dignidade e amor. Foi em uma fazenda, no interior de São Paulo, de nome Samambaia que ele nasceu, viveu uma infância pobre e feliz, e finalmente conheceu minha mãe.
Jamais estive na fazenda, mas ouvi seu nome durante toda a gratificante convivência que tive com ele. Talvez um dia vá conhece-la, ou então não tenha essa oportunidade, mas sei que jamais poderei esquecer as lembranças que meu pai tinha e nos contava.
Pois aí está o significado do nome do meu querido blog. Vou gostar muito de escrever aqui minhas opiniões sobre o que me incomoda, sobre o que eu amo, o que me dá prazer, me preocupa ou sufoca.
Voce que me lê agora sinta-se à vontade para compartilhar comigo dessa alegria. Um brinde! Tim-tim!