quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

VIVA!



Pessoas se abraçando sorrindo e desejando as melhores conquistas para o novo ano sempre me emocionam.
Desde muito cedo achei a festa de fim de ano mais emocionante que o Natal. Nem sei se consigo colocar aqui como penso, mas vou tentar. O Natal é lindo na sua essência, e é lindo também na pureza das crianças que aguardam o papai-noel com presentes tão sonhados. Mas também é comercio, compras e mais compras que nos enlouquecem, deixando-me com aquela sensação de que falta alguma coisa.
É muito dificil explicar - não é estar triste - é uma inquietação, um espaço vazio, acho que uma certeza brutal de que  eu mudei e nem percebi. Nem tente entender, porque nem eu consigo.
Mas o fim de ano, a promessa de dias novos, conquistas, desafios ... mexem comigo!
Se pensarmos que todo dia é novo, é sempre um recomeço a cada amanhecer, a virada de ano não teria graça alguma.
Mas um dia dedicado a prometer mudanças e a desejar em voz alta aos amigos e à familia querida tudo aquilo de bom que realmente - e sinceramente - sonhamos, é mesmo um dia muito especial.
E penso que se estamos tendo a chance de recomeçar... isso é bom, traz alegria! Então a emoção vem pelo que estamos deixando?... pelo ano que passou?
Dificil realmente explicar. Se estamos entrando em um ano novinho, e acabando de sair do ano velho, não podem ser lágrimas de saudade. Ainda nem deu tempo!
Portanto, escrevendo e pensando sobre isso só posso chegar à conclusão que: - é emocionante porque é uma despedida, e eu não gosto de dizer adeus.
Aquela musiquinha "adeus ano velho, feliz ano novo, que tudo se realize..." eu nunca consegui cantar até o fim, sem sentir um apêrto no peito e a voz sumindo entre lágrimas.
Mas isso não é novidade, desde tempos remotos, na juventude, sempre foi assim.
Mas dados os abraços gostosos, feitos os votos sinceros, levantados todos os brindes possíveis, tudo passa num instante e a festa é linda e alegre.


As pessoas todas deviam escrever sobre suas dificuldades. Isso ajuda a exorcisar, a colocar as bruxas para correr, gritando como loucas...
Para quem ler essa minha última postagem do ano, deixo aqui um pedacinho de mim, bastante emocionada.
Espero que continuem me visitando e lendo minhas bobagens, e me incentivando a continuar, porque adoro quando deixam recadinhos e comentarios gostosos.
Que tenham paz e saúde, amor e carinho, sonhos e realizações. Sintam-se abraçados por essa amiga sincera e fiel que precisa contar suas coisas porque senão nem ela se entende.
Um brinde a tudo o que passou, porque tinha que passar. E um brinde a tudo o que virá, porque tem que vir e nós temos que celebrar!
Tim-tim !!! VIVA!!!




segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ando sem tempo!



Já que é Natal, e já que a gente pensa "muito" em comida nessa época, vamos falar de coisas gostosas e de como é prazeroso fazê-las?-
Longe de mim ser a Palmirinha, ensinando receitas para minhas espectadoras, nem tenho essa capacidade, e não quero ter...já me basta  o que faço todo dia na cozinha!
Mas Natal requer um pouco mais de sofisticação, de memória para lembrar de nossas avós e mães, e de uma boa dose de coragem para enfrentar um forno quente nessa época de calor intenso.
Acredito que somos - todas nós - umas saudosistas irrecuperáveis, precisando de internação em uma clínica de repouso, pelo fato de fazermos questão de cozinhar em uma época dessas.
Precisa muita coragem para fazer compras, limpar a casa de maneira especial, decorar com motivos natalinos, fazer supermercado com uma lista enorme nas mãos, cuidar das unhas, dos cabelos, comprar uma roupinha nova e mesmo assim achar lindo e romântico encarar o fogão na véspera de Natal - o dia todo!.
As crianças ficam infernais,  só perguntando quantos dias faltam para o Papai Noel chegar, e criam um ânimo tal para correr e falar ao mesmo tempo, que têm-se a impressão de estar em uma panela de pressão, gigante!
Somos todas loucas porque gostamos disso tudo, fazemos todo esse trabalho com um sorriso nos lábios e algumas latinhas de cerveja na cuca, porque ninguém é de ferro. E então ficamos inventando pratos que a memória teima em esquecer, calóricos e pesados - rabanadas, pernil assado, lombo, farofa! - Santo Deus, e de sobremesa bolo com chantili, bastante creme, frutas secas, nozes, castanhas, ufa!  acho que vou abrir mais uma cervejinha bem gelada!
E pensar que tudo isso passa tão depressa, que no dia seguinte restam apenas mais algumas varizes nas pernas e um esgotamento físico brutal - mas uma alegria enorme com aquela sensação de dever cumprido! -
e uma vontade de dormir por dias e dias....
Natal é tudo isso e um detalhe a mais, que eu jamais esqueceria. É uma alegria sem fim, inexplicável, ao ver a familia reunida e as crianças felizes com seus presentes. E é também um momento de meditação e agradecimento por tudo o que temos e podemos dividir com quem amamos.
Saudade dos que já não estão entre nós e comunhão com os que estão aqui e são a razão de toda essa loucura gostosa.
Preciso terminar minha lista de supermercado...acho que esqueci das azeitonas para a farofa...


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Natal na roça



Esse mês de dezembro é mesmo complicado. São tantos compromissos, e  presentinhos das crianças sempre comprados em cima da hora, e festinhas de natal antecipadas, que quando me dou conta já se passaram vários dias desde a última conversa aqui em meu querido blog. E nesse mês de dezembro tão quente e cansativo me comprometi a lembrar de natais que marcaram minha vida.
Sei que já falei sobre meu querido sitio em Ibiuna,  onde vivi um período doce, cheio de alegrias. Todos os natais, enquanto o sitio foi nosso, foram festejados lá. Uma semana antes e já estávamos com tudo arrumado, empacotado, cardápio decidido,  prontos para as festas de fim de ano na roça! Coincidiam as férias do Luiz  com as festas, e ficávamos por lá até meados de janeiro, totalizando um mês. São os  anos que mais me trazem saudade.
Meus filhos esperavam impacientes pelo  papai-noel,  faziam cartinhas, deixavam bilhetes por todo canto, temerosos de que Noel não se lembrasse dos pedidos. Quando chegava a noite meu marido e eu fazíamos uma parafernália de barulhos e luzes anunciando a chegada do velhinho, enquanto os pequenos ficavam com a vovó, rezando no quarto, e ligadíssimos nos sons lá de fora.
Até que finalmente os presentes já se amontoavam embaixo da árvore e a barulheira infernal do papai-noel indo embora apressado (pois tinha muito serviço naquela noite!) tocando seu sininho ia ficando mais longe, até sumir na porteira. Os pequenos então eram liberados das orações e corriam para a sala, com os rostinhos corados e as mãos estendidas sem saber o que pegar primeiro.
Por mais  que eu viva nunca vou esquecer aquelas noites, nem os olhos de meus filhos procurando algum sinal do velhinho que foi embora tão depressa - por que não ficou mais? - e rasgando os papéis, e abrindo caixas e gritando de surpresa!
Depois que os ânimos se acalmavam  íamos comer nosso jantar, preparado durante o dia  - em meu fogão a lenha - com a ajuda de minha sogra que, invariavelmente,  fazia "crústolis" para as crianças e bacalhau para o maridão português.
Eu procurava agradar as crianças fazendo arroz com uva passa, rabanadas, sempre um bolo enfeitado e - é claro - um tender com frutas para o maridão, que gostava muito.
Posso dizer que era maravilhoso...naquele sitio solitário,  minhas crianças,  meu marido, e meus sogros, não tínhamos medo de nada, não desejávamos mais nada.
Hoje eu sei que a felicidade está nas coisas simples, na alegria de ver os filhos sorrindo, no aconchego do abraço da pessoa amada e companheira, na certeza de que o mundo lá fora é bom com você, na mesma  proporção que você não exige muito dele.
Gostávamos - eu e meu marido - de sair para o quintal, completamente às escuras, e olhar as estrelas de nosso céu. Era tão salpicado de brilho que até parecia uma chuva de luz. Naquela época não sabia o que era saudade, apenas sabia que estava fazendo o que acreditava certo, o que meu coração determinava.
Ficávamos sentados em nossa varanda, luzes apagadas, ouvindo o som que vinha da sala, as crianças rindo, falando com os avós e tínhamos um ao outro, já era o bastante.
Fecho os olhos e sinto o cheiro de nossa ceia, o sabor de uma rabanada, o calor do abraço de meu marido, a alegria totalmente inocente das crianças.
Geralmente no dia seguinte chegavam alguns familiares para o almôço, trazendo coisas gostosas para juntarem com as nossas e passavamos um dia inteiro falando e comendo e rindo muito...
Sobre o papai-noel o que vou dizer é que numa dessas noites de natal, enquanto o Luiz se matava para fazer luzes piscarem, barulhos de trenó, risadas gordas de bom velhinho,  eu e meu sogro - como sempre -  corríamos até o carro dele para tirar os pacotes que ficavam lá guardados. Então... dois xeretas curiosos espiaram pela janela e descobriram - o que já desconfiavam - que era tudo encenação.
Sem traumas nem muitas complicações combinamos com os dois satisfeitos "sabidões" que a brincadeira ia continuar até a caçula também perceber, e que eles iam fingir que acreditavam pra não estragar a magia.
Tudo isso durou ainda muitos anos e chego a pensar que nunca acabou completamente.
Sou uma pessoa feliz,  a vida me presenteou com mais crianças maravilhosas, adoráveis, as quais procuramos envolver na magia do Natal, com luzes, sons, sinos, presentes...
Cada um dos meus filhos tem sua familia, e cada um deles procura fazer suas crianças felizes nessa noite linda. Eu acredito que lá no fundinho de seus corações eles se lembram do amor e da infinita alegria de seus natais de criança. Que essa pequena chama de lembrança nunca se apague...
Vou brindar à alegria, às luzes, às estrelas nas noites de Natal ...que sejam eternas! tim-tim!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O chorão!

Como "sabiamente" deixei gravado na minha ultima postagem  : - não vou mais falar de Natal triste - pretendo seguir à risca minhas determinações. Lembranças não pedem passagem, não batem à porta e geralmente têm más intenções. Não há o que corrigir porque não posso voltar no tempo, então, meu grande consolo é falar sobre elas.
Tivemos festas lindas no decorrer dessa minha vida louca. Em algum momento do passado devo ter feito um acôrdo comigo mesma:  - vamos lá garota! vamos ser felizes porque tristeza produz rugas no rosto! - não que isso tenha me livrado delas (as rugas). Mas como dizem os poetas "cada ruga tem uma historia", e as minhas são aquelas que marcam ao redor da boca e dos olhos, de tanto rir.
Tenho vocação para a felicidade, já escrevi isso por aqui, portanto as lembranças amargas me fazem chorar, mas não o tempo todo. Sorrir e falar sobre coisas engraçadas é um de meus passatempos favoritos.
E houve um Natal que foi engraçado, para mim nem tanto, e vou explicar porque. A emprêsa onde papai trabalhou por quase uma vida toda, uma grande fundição, tinha um clube com campo de futebol e enormes eucaliptos em sua volta. Era um lugar lindo, e eu digo era porque hoje é um grande pátio de fábrica. Nesse campo com  grama era realizada, ano após ano, a festa de Natal dos funcionários e suas familias.  Ficávamos o domingo todo por lá, comendo pipoca, algodão doce, lanches salgados e ainda ganhávamos uns sacos de papel cheios de doces coloridos, sorvetes, guraná na garrafinha, ufa! uma delicia.
O papai-noel aparecia de charrete, toda enfeitada e com a banda tocando músicas típicas à frente. Era mágico, lindo! A uma certa altura começavam as ditribuições dos brinquedos, e nós, em fila, esperávamos tão impacientes pelos nossos presentes, que parecia um castigo a fila demorar tanto para andar!
Quando finalmente aquele pacote de papel celofane com laço chegava às nossas mãos - por Deus! - o coração explodia de alegria.
Nesse determinado ano, acredito que 1955, meu pacote trazia um palhacinho de pano, com cabeça de borracha e chapéu de cone. O corpo do boneco já era seu macacão, de bolinhas, e o rosto era pintado com a maquiagem pesada dos palhaços de circo. Não media mais do que trinta centímetros, acredito, e era encantador. Mas, minha alegria durou pouco. Meu irmão Edison, então com apenas quatro anos, sismou que queria o meu brinquedo. Sinceramente não me lembro o que ele ganhou, quem sabe poderá me ajudar a lembrar? Os gêmeos eram bebês e provavelmente ganharam algum brinquedinho de borracha com assobio.
Só consigo me lembrar daquele moleque, chato, chorando aos berros, querendo meu palhaço. Era uma coisa tão insuportável aquela gritaria que mamãe determinou que trocássemos de brinquedo, ele ficando com o meu.
Eu queria entender porque um menino tinha que brincar com boneco, abraçado, andando pelo campo de futebol como se fosse o pai do palhaço....
Meus pais repetiram varias vezes que logo ele me devolveria o presente, que eu tivesse paciência. Ele nunca me devolveu totalmente. Deixava que eu pegasse às vezes, mas até dormia com o palhacinho com medo de que eu o roubasse.
Aquele pequeno ditador...
Isso tudo já rendeu muitas gargalhadas em nossa familia. Os homens brincavam com meu irmão, duvidando de sua masculinidade e sugerindo bonecas de presente, por anos a fio...
Ele por sua vez nunca deu muita importância às provocações, ignorando a todos e namorando todas as meninas que passavam por seu caminho.
O palhaço perdeu-se no tempo, ficou jogado em algum canto quando rasgou a roupa e descolou o chapéu de cone da cabeça pintada.  Eu o desejei muito apenas naquele dia de festa, para passear orgulhosa, abraçada a ele, exibindo, como fez meu irmão xereta e manhoso com sua capacidade imensa de gritar e exigir.
Obviamente não ficou qualquer mágoa, nem poderia pois tudo aconteçeu entre crianças, como deveria ser também entre adultos, tão sábios e experientes, mas com uma capacidade incrível para guardar rancores.
Foi um bom Natal, assim como foram muitos outros que comentarei depois.  Alguma lição a tirar disso?
Agora sim,  passados tantos anos e convivendo com uma quantidade razoável de filhos e netos e sobrinhos,  aprendi que o que vale no Natal é a magia, o clima de festa, o suspense pelo presente, abrir o pacote...o coração aos tropeções.
Notem que as recordações são muito mais nítidas com relação ao ambiente, e nem me lembro o que foi feito do palhaço...
Um brinde às lembranças, aos sonhos de criança, ao papai-noel na charrete tocando o sininho, ao cheiro de grama pisada enchendo o ar.  Tim...tim!


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Continuando...



Vou continuar revirando minha caixa de Natal. Hoje li uma mensagem muito bonita, feita pelo marido de uma comissária da Gol, que estava naquele vôo fatídico de alguns anos atrás. Ele fala sobre como teria se comportado se soubesse que aquele seria o último dia que a teria junto. É um relato emocionante, dramático mesmo, feito por um homem destruido, um dia após a queda do avião.
Não é fácil você perder uma pessoa querida de maneira tão rápida e brutal. A sensação de abandono de quem fica é devastadora,  a dor é física, na carne. Após ler a mensagem fiquei meditando sobre a possibilidade de alguém saber ou não se vai perder alguém querido, e quando.
Então lembrei-me do último Natal com minha mãe. Era fim de ano e eu ia fazer dez anos em março. Ela já estava muito doente. Sei que ela pediu ao meu pai que comprasse roupinhas novas para nós quatro, eu e meus três irmãos menores, porque tínhamos que ir à missa de Natal de roupa nova. Isso era tradição lá em casa, e ela estando tão mal, e sabendo das dificuldades financeiras de meu pai, mesmo assim insistiu naquilo.
Nos anos anteriores era ela que sentava-se à máquina de costura e preparava roupinhas para todos - inclusive para o bonecão - mas aquele ano não seria possivel.
E lá fomos nós, papai eu e meus irmãos, de ônibus, com uma recomendação de mamãe para que meu vestido fosse modelo "charleston". Nem sei explicar aqui o que significa essa moda. Quem é daquele tempo vai se lembrar. Era uma febre esse tal modelo e ela tinha visto na televisão, provavelmente.
Enquanto escolhíamos as roupinhas, a gerente da loja perguntou ao meu pai onde estava a mãe das crianças, e eu o ouvi  respondendo que ela estava muito doente. Meu pai estava atrás de umas araras de roupa e não percebeu que eu ouvia quando disse: - ela talvez não tenha mais um mês de vida.
Lembro-me perfeitamente de minha reação de espanto, acho que de susto. Minha mãe? então ela não vai sarar? ela vive dizendo que vai ficar boa para cuidar de nós, e ela não sabe de nada?
Mamãe faleceu no primeiro dia de fevereiro.  A previsão de meu pai foi mesmo certa, ela descansou de uma longa  doença.
Então hoje me pergunto: poderia ter feito alguma coisa diferente para minha mãe, sendo que sabia que ia perde-la?
Confesso que fiquei muda, ela nunca percebeu, nem meu pai, nem meus irmãos, que meu coração de criança estava tentanto assimilar aquilo tudo.
Não fiz drama,  era muito menina, não tinha noção do que iria sofrer com a falta dela. Tentava apenas entender porque nossa vida era assim.
Mas voltemos ao Natal, o vestido ficou lindo! Fundo branco e listinhas vermelhas, cintura baixa, pregas na saia, laço vermelho marcando a costura do quadril. Meus irmãos com suas calças e camisas novas,  fomos à missa como ela gostava, nem me lembro muito bem desse detalhe, mas lembro-me de todos enfileirados ao lado de sua cama para que ela nos visse tão bonitos!
E ela sorria e dizia - se comportem na igreja, senão eu fico sabendo em? ...
Não escreverei mais sobre Natal triste, prometo. As próximas postagens serão alegres e divertidas.
Confesso que chorei ao escrever hoje, porque há tempos não tinha imagens tão fortes daquela época.
Aquelas quatro crianças arrumadinhas com suas roupas novas fazem parte de minhas recordações mais dolorosas.
Continuaremos revirando a caixinha de Natal, mas chega de tristeza. Agora é só saudade, mas saudade da boa, daquela que faz florescer um sorriso nos lábios enquanto escrevo. Aquela saudade que transporta no tempo, aquece a alma, tranquiliza o coração. É dessa que eu gosto...até lá.